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Posts Tagged ‘bancos’

Alan Greenspan descobriu agora que o seu sistema de mercado livre é tão falível como todos os outros. Na Comissão de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o economista que passou quase dez anos a comandar o FED defendeu-se ao dizer que sistema funcionou “excepcionalmente bem” durante largos anos.O referido Alan, demorou 40 anos a descobrir que a alta finança não se pode regular sozinha e que o lucro imediato nunca é o mais sustentado. Percebeu que o seu sistema é falível e que, em crise, os seus efeitos práticos são catastróficos. E vá de o Estado, com dinheiros públicos, salvar os banqueiros no país onde, dizem, a crise teve origem.

A economia de mercado vai continuar, mas com a cobertura dos mesmos Estados considerados pela alta finança e seus acólitos como um empecilho a abater, até à crise estoirar. Sem nunca reconhecerem que as suas riquezas se acumularam ao  abrigo de leis protectoras da sua actividade especulativa e fraudulenta.

Vão ser os contribuintes a pagar, os escandalosos estragos provocados pelos senhores da alta finança. Seguramente, com os seus lucros bem resguardados e sem que qualquer penalização lhes seja aplicada.

Quanto aos políticos (USA e EU) que “alimentaram” a gula, falam agora na necessidade de a “uma só voz” projectarem planos. Depois de já terem assegurado aos agentes, falidos ou em dificuldades, do sistema financeiro, a salvação dos seus bancos, a bem da economia e das famílias (dizem demagogicamente), que miseravelmente deixaram explorar, sem contemplações.

No nosso Portugal,onde reinava o optimismo, sobre a banca, o Governo, reúne ao domingo e anuncia a nacionalização do BPN. O ministro diz que é para salvar o sistema e que se trata de uma medida para garantir os depósitos. Já o presidente Constâncio do B. Portugal refere “operações clandestinas” como a origem da nacionalização e deixa o desejo, indicador do espírito da intervenção estatal de, após a nacionalização se proceda à venda do banco ou de parte dos seus activos, no sentido de “recuperar o esforço financeiro que vai ser feito para repor os níveis de solvabilidade do banco”. Isto apesar da decisão de nacionalização decorrer do facto de não ter sido

possível encontrar uma solução alternativa. O que foi

encarado pelo BPN como uma prova da má vontade contra o banco.

Mas afinal a crise até parece ser obra e graça da Santíssima Trindade e não obra de vigaristas da alta finança.  É de recordar que pelo BPN passaram ex-ministros, conselheiros de Estado, ex-secretários de Estado, magistrados, ex-polícias. E será normal perguntar se essas pessoas desconheciam, como disse Constâncio, as “operações clandestinas” do BPN? Se conheciam os factos e saltaram da carruagem? Se concordaram com estranhas operações, como a compra de quarenta milhões de moedas do Euro’2004, quadros de Miró e jóias egípcias?

Mais,e porque não foi dotada a “Operação Furacão” de meios eficazes para a descoberta de casos semelhantes?

Antes se aprovou um Pacto de Justiça (PS + PSD + CDS) que no dizer da autoridade investigadora contribuiu para a ineficácia de acções de penalização aos prevaricadores?

A grande evidência, vão ser os portugueses, mais uma vez, a suportar os prejuízos provocados por aldrabões de alto coturno.

Aguardemos mais novidades sobre o sistema financeiro nacional.

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